PropTech: O futuro do Real Estate

O acrônimo “PropTech”, semelhante às FinTechs para serviços financeiros, são empresas inovadoras voltadas para o setor imobiliário, a qual oferecem produtos ou novos modelos de negócios apoiados em tecnologia. Fazem parte delas as ConstruTechs e as ConTechs, voltadas especificamente para a indústria de construção civil. Assim como há diversos outros termos específicos oriundos desse acrônimo.

Neste relatório, pretende-se contribuir para um melhor entendimento da PropTech e Real Estate FinTech. Há exemplos variados de funcionalidade: definição de preços por algoritmos; análise preditiva de mercados; due diligence para transação imobiliária a partir de processamento de linguagem natural; automação de contratos; soluções inteligentes para gestão de energia, iluminação e proteção contra incêndios; assistentes virtuais; tours virtuais em 3D; rede privada de blockchain para registrar e rastrear propriedades a fim de ampliar confiança e transparência.

 

Informação, transações e gestão

A internet e a telefonia móvel propiciaram o sucesso das plataformas tecnológicas aplicadas a diversas áreas da nossa vida, saúde, educação, lazer e finanças são alguns exemplos. Avanço apoiado por três atividades diferentes:

  1. Rápido acesso à Informação: Sites como Bloomberg e CNN são exemplos dos diversos jornais online. Inicialmente redes sociais e e-mail tratavam informações, portanto o uso onipresente do termo InfoTech.
  2. Transações facilitadas: Com as informações como entrada principal para a fase de due dilligence de uma transação, naturalmente veio a próxima fase desse desenvolvimento, o de compras online. Paypal, Amazon e Bancos Digitais são exemplos da junção da internet com a telefonia móvel para a troca entre dinheiro, bens e serviços.
  3. Gestão e Controle: A Internet das Coisas (IoT) permite que objetos sejam medidos, detectados e controlados remotamente, oferecendo informações por meio de uma estrutura de rede existente, com a oportunidade de ajustar ou ativar/desativar remotamente os sistemas. Com isso, PCs, Tablets e Smartphones se tornam potenciais painéis para controle de funções eletrônicas.

Em 2014, a aquisição da Nest pela Google foi um momento significativo criando na Companhia uma divisão de IoT. Dessa forma, o controle remoto de carros sem motorista e veículos de entrega, além de bots que oferecem uma variedade de serviços, estão colocando em movimento muitos processos de pensamento, imaginando o futuro provável da logística e do varejo imobiliário.

 

A revolução da FinTech

Em 2015, o relatório do Fórum Econômico Mundial chamado “The Future of FinTech”, uma vez produzido em cooperação com a Saïd Business School da Universidade de Oxford, definem FinTech como:

“o uso de tecnologia e negócios inovadores modelos em serviços financeiros”.

A indústria das FinTechs, que engloba os sistemas de pagamento virtual, crowfunding equity e plataformas de débito, fornecem a base para grande parte da revolução PropTech 2.0. Em relação a isso, diversos trabalhos já foram realizados, com isso, o setor imobiliário pode ter sua entrada tardia por ser um setor mais conservador, principalmente no Brasil. Dessa forma, fazendo capaz usar as lições aprendidas do que funciona e o que não.

De acordo com a KPMG e a CB Insights o relatório “Pulse of FinTech”, lançado anualmente, sugere que embora a FinTech abranja uma diversificada variedade de empresas, modelos e tecnologias de negócios, elas podem, geralmente, serem enquadradas em alguns setores verticais, incluindo:

  • Empréstimos: Plataformas de empréstimo com o sistema pear-to-pear, utilizando Inteligência Artificial (ioT) para avaliar a credibilidade.
  • Pagamentos/ Cobranças: Fornecem soluções que vão desde a facilitação de processamento de pagamento para ferramentas de software de cobrança por assinatura.
  • Finanças pessoais/ Gerenciamento de patrimônio: Ajudam indivíduos a gerenciar suas contas pessoais, contas e / ou crédito, além de gerenciar seus ativos e investimentos pessoais.
  • Transferência de capital: Plataformas pear-to-pear para transferir dinheiro de indivíduos entre países.
  • Blockchain e Bitcoin: Tecnologia emergente que usa bancos de dados distribuídos, mantidos pelos usuários, permitindo o registro e a transferência de ativos digitais em todos os participantes da rede sem terceiros ou trocas.
  • Tecnologia Institucional para o Mercado de Capitais: Empresas que fornecem ferramentas para instituições financeiras como bancos, fundos de hedge, fundos mútuos ou outros investidores institucionais. Eles variam de sistemas de negociação alternativos até sistemas financeiros de softwares de modelagem e análise.
  • Crowfunding equity: Plataformas que permitem que um grupo de indivíduos forneçam contribuições monetárias para projetos ou empresas provisionadas na forma de ações.
  • InsurTech: Empresas que criam plataformas de subscrição, sinistros, distribuição e corretagem, aprimoradas ofertas de experiência do cliente e software como serviço para ajudar as seguradoras a lidar com problemas de TI herdados.

A partir dessa lista fica claro que as FinTechs podem ser vistas como um bom guia para onde as atividades da PropTech serão direcionadas. Todas as categorias acima são relevantes para o setor imobiliário, uma vez que já existem PropTechs que atuam em todos esses setores da indústria. A partir disso denominasse Real Estate FinTech.

 

PropTech, FinTech e Real Estate FinTech

Vale ressaltar que a PropTech não é um subconjunto da FinTech. Por exemplo, a tecnologia projetada para tornar-se um edifício inteligente pela coleta e análise de dados responsiva, por meio de mecanismos de controle, não é a FinTech. Uma vez que pela categorização citada não absorve o que chamasse de consumo colaborativo, economia compartilhada ou economia entre pares, a qual os proprietários alugam as chamadas segundas residências ou diversos outros imóveis não utilizados para um terceiro utilizando esses serviços por meio do pear-to-pear. A Airbnb é a maior prova dessa categoria exposta, uma vez que não se enquadra exatamente como uma FinTech, enquanto claramente como um empreendimento da PropTech.

A imagem mostra a PropTech e a FinTech como agrupamentos separados, compartilhando uma sobreposição que é o Real Estate FinTech.

 

Existem três subsetores PropTech (verticais) e três drivers (horizontais). As verticais são Real Estate FinTech, Economia Compartilhada, e Smart Real Estate. Os horizontais são informações, transações e controle. É provável que nem todos os segmentos sejam suplementares.

 

 

Aplicabilidade da PropTech em empresas tradicionais do setor imobiliário

Sendo desenvolvida para responder a crescente demanda dos consumidores, de maneira paralela, a inovação é o principal motor de crescimento e de geração de valor para as empresas, aliado a isso há uma correlação direta entre a excelência nessa atividade e a aceleração do crescimento dessas empresas.

As Real Estate FinTechs e as PropTechs atuam em relação as empresas tradicionais como um segmento complementar ao negócio. Uma vez que irá favorecer e proporcionar um maior upside para a organização, gerando mais receita e diminuindo sua vulnerabilidade em meio ao mercado, pois estará descentralizando toda a empresa a apenas uma dimensão de negócio, enquanto aumenta a dinâmica e velocidade do processamento e gestão dos dados.

 

Tainah Benevides

Institucional

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