Atualmente, um assunto muito abordado é o surgimento de mais uma Revolução Industrial, chamada de Indústria 4.0. Expressão ampla, que não pode ser delimitada por meio de uma simples definição, mas que engloba conceitos como o de sistemas ciberfísicos, principalmente, Big Data, Internet das Coisas (IoT) e computação em nuvem (Cloud Computing), além das ferramentas, como as de Business Intelligence (BI), que permitem um nível mais elevado na tomada de decisões dentro do ambiente fabril. Essa inovações têm por finalidade simplificar, automatizar, baratear e tornar o processo produtivo mais assertivo, diminuindo custos ao mesmo tempo em que se aumenta a produtividade.
Um de seus grandes diferenciais é a superação dos paradigmas de interação entre o homem e a tecnologia implementada, por meio do desenvolvimento da autonomia em relação a configurações fabris, equipamentos e sistemas produtivos, proporcionando, assim, maior flexibilidade e permitindo o desenvolvimento de soluções customização para cada empresa. A implementação dessas e de muitas outras técnicas advindas dessa mudança, se bem feitas, trazem fortes vantagens competitivas.
Podemos listar resumidamente os passos necessários para a implementação da Indústria 4.0 num ambiente empresarial: integração horizontal das redes de valor a nível estratégico, integração digital total da engenharia com toda cadeia de valor a nível de processo de negócio, integração vertical e redes de sistemas de produção. Antes de nos aprofundarmos na etapa de implementação, uma breve explanação sobre as três principais tecnologias presentes na Indústria 4.0 é necessária.
O Cloud Computing que de forma simplificada, consiste na prestação de serviços de computação – incluindo servidores, armazenamento, bancos de dados, redes, software, análises e inteligência – pela Internet (“a nuvem”) para oferecer inovação mais rápida, recursos flexíveis e economias de escala.
Os sistemas ciberfísicos são também essenciais para o desenvolvimento da Indústria 4.0. Khan e Turowski (2016) definem brevemente Internet das Coisas (IoT) como uma rede de dispositivos conectados, uma vez que há a troca de informações/dados mesmo entre diferentes níveis hierárquicos. Esse método também possibilita a obtenção do Big Data completo da cadeia de suprimentos do produto, o que possibilita um melhor planejamento do armazenamento e distribuição dos produtos, acarretando assim em uma redução dos custos.
Por fim, o Business Intelligence (BI) abrange uma ampla variedade de ferramentas, aplicativos e metodologias que permitem às organizações coletar dados de sistemas internos e fontes externas, prepará-los para análise, desenvolver e executar consultas nesses dados e criar relatórios, painéis e visualizações de dados para disponibilizar os resultados analíticos para tomadores de decisão corporativos, bem como trabalhadores operacionais.
A seguir vamos detalhar uma proposta estruturada em etapas para a implementação dessa nova arquitetura advinda da Indústria 4.0, com o intuito de orientar sua introdução para obter seus benefícios.
- Mapear uma estratégia para a indústria 4.0: primeiramente a empresa precisará se auto avaliar e definir qual seu objetivo com essa nova proposta. Após examinar quais os possíveis desafios e as principais barreiras, devem ser definidas metas para os níveis de desenvolvimento desejados.
- Iniciar projetos pilotos: após o entendimento do que se deseja conquistar, chega o momento do desenvolvimento e aplicação do projeto piloto. Nessa fase é importante destacar a necessidade de que o provedor dos serviços necessários para a implementação esteja apto a atender os requisitos atuais e futuros acordados. Ponto importante é o estabelecimento de uma rede de segurança da informação que deve assegurar a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade dos ativos, das informações e dos dados do negócio. Na criação desse projeto, podemos aplicar a proposta de arquitetura 5C (Lee et al. ,2015), que considera apenas cinco níveis para o desenvolvimento dos sistemas operacionais da indústria 4.0, são eles: I) Nível de Conexão Inteligente, II) Conversão Dados para Informação, III) Nível Ciber, IV) Nível Cognitivo e V) Nível de Configuração.
- Especializar-se em análise de dados: com o intuito de tomar decisões mais rápidas e efetivas, é necessário saber analisar os dados obtidos. Essa especialização inclui desde a estruturação de sistemas que possibilitem combinação de diferentes dados, até o treinamento da equipe da empresa para desenvolvimento de habilidades.
- Aumentar a digitalização da empresa: muitas vezes é necessário tornar a empresa como um todo digital. Lembrando que tornar a cultura da empresa digital também é fundamental para essa nova etapa que ela irá entrar.
- Comunicar a cadeia de valor: Informar e expandir a todos os stakeholders a mudança sofrida pela empresa. Possível pelo estabelecimento de parcerias, uma alternativa seria uma operação de fusões e aquisições (M&A).
Portanto, com o avanço da Indústria 4.0 é possível perceber um novo contexto que as empresas precisaram se adequar para continuarem competitivas. Esse novo formato de modelo de negócio traz consigo um alto grau de desenvolvimento tecnológico, principalmente em relação a comunicação entre os dispositivos, diminuindo o erro e os custos com funcionários, e possibilitando a troca, armazenagem e interpretação de dados por um sistema inteligente.
Tainah Benevides
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