Gestão de Caixa em Tempos de Crise

A atual situação do lockdown global causado pelo coronavírus (Covid-19) instituiu distanciamento nos âmbitos sociais e econômicos, além de desencadear desafios urgentes para muitas empresas resolverem. É importante que estejamos preparados para responder a essa nova realidade e, idealmente, sair mais fortes dessa crise. A Mont Saint está comprometida em continuar a servir nossos clientes durante e após esse período.

A atual situação de todos é que estamos ainda trabalhando com uma incógnita. Não se sabe ainda a gravidade econômica que essa crise irá causar ou até mesmo por quanto tempo irá perdurar. Assim, é perceptível que informações essenciais sobre as características do Covid-19 e seus impactos para os negócios globais são difíceis ainda de avaliar e podem mudar a qualquer momento.

Diante de tantas incertezas e volatilidade o mais prudente para os líderes empresariais é tomar decisões coesas e rápidas em resposta a atual situação preparando sua organização e seus stakeholders para gerenciar o trabalho necessário hoje e nas próximas semanas e meses.

Com isso, a Mont Saint preparou alguns tópicos para auxiliar com a gestão de caixa em tempos de crise, uma vez que empresas com ideias, estratégias e times brilhantes, mas com escassez de capital, não produz valor aos acionistas. Lembrando que umas das principais causas para a falência das organizações estão vinculadas aos problemas de liquidez.

O Covid-19 afeta e se conecta com o caixa no momento em que as receitas reduzem drasticamente com os consumidores dentro de casa diminuindo a circulação de dinheiro na economia decorrente do efeito principal de “oferta e demanda”.

 

Aproximadamente 27 dias é o buffer de caixa das pequenas e médias empresas.

 

Para dar início ao diagnóstico de liquidez da companhia é preciso entender a capacidade de caixa líquido para atender as obrigações de curto e longo prazo. Logo:

  1. Defina métricas que mensurem a saúde do Caixa:
  • Liquidez: Seca, Corrente, Geral…;
  • Capacidade de financiamento direto;
  • Capacidade de liquidação;
  • Necessidade de capital de giro.
  1. Calcule o nível de stress:
  • Alto: Baixa liquidez + endividamento de CP (curto prazo) e LP (longo prazo);
  • Médio: Liquidez + Endividamento de CP e LP;
  • Baixo: Alta liquidez + endividamento de LP.

 

Logo após é necessário ter em mente alguns drivers para essa tomada de decisão como saber suas alavancas de consumo e geração de caixa, em seguida entender a dinâmica de interação entre elas. Entender a fundo esse movimento pode fazer a diferença na gestão dessa crise partindo da percepção que em muitos setores com a diminuição da demanda há também a diminuição do passivo pela diminuição da produção.

É percebida a alavanca de consumo, por meio de três pilares analíticos:

  1. Variações das atividades operacionais: deve ser levada em consideração o Lucro Líquido e a Depreciação dos bens, juntamente com a avaliação da variação decorrente da mudança de demanda em relação às variações do Ativo e Passivo Operacional da empresa;
  2. Variações das atividades de investimento: deve ser analisada as variações em relação aos ativos de investimento permanente (CAPEX);
  3. Variações das atividades de financiamento: última, e talvez mais importante, área de análise para o momento de recessão são as variações de possibilidade de financiamento por terceiros ou por meio dos sócios.

 

Alavancas de consumo.

 

Após a analise por essas três vertentes é a hora de  separar cada tipo e encontrar as oportunidades em cada uma das alavancas:

 

  • Atividades Operacionais

Fidelize suas receitas:

  1. Seja proativo no contato com seus principais clientes;
  2. Demonstre empatia. Seja flexível em relação a questões associadas a níveis de serviço e/ou comerciais;
  3. Adeque seus modelos de precificação de forma dinâmica, utilize tecnologia.

Revise seus custos e despesas:

  1. Flexibilize turnos de trabalho, elimine horas extras, adote férias temporárias;
  2. Em situações drásticas, considere o fechamento de operações e/ou lay-offs;
  3. Convoque seus principais fornecedores e negocie condições melhores, busque descontos temporários;
  4. Suspenda contratos com baixo impacto na operação e adote política de tolerância zero para as DGA.

Entenda a exposição da sua carteira de clientes:

  1. Analise a concentração da sua carteira de recebíveis e o histórico de inadimplência;
  2. Seja proativo e converse com os principais. Não espere padrões de recebimento com base em históricos.

Analise a liquidez dos seus estoques:

  1. Identifique a alteração do giro no nível de produtos. Identifique variações no mix e customize o portfólio;
  2. Revise seus níveis de estoque de forma dinâmica com base na nova demanda, utilize tecnologia;
  3. Para os itens de menor giro, busque formas e canais alternativos para a venda. Considere descontos.

Negocie com seus fornecedores:

  1. Busque alongamento dos prazos e descontos temporários;
  2. Invista no relacionamento e nas parcerias de longo prazo.

 

  • Atividades de Investimento

Priorize os projetos:

  1. Faça o levantamento dos principais investimentos previstos para o ano;
  2. Foque em investimentos que sejam voltados para resultados ou que tragam melhoras estruturais.

 

  • Atividades de Financiamento

Revise seu grau de alavancagem (exposição à dívidas):

  1. Identifique seu nível de endividamento e os calendários de pagamento;
  2. Em caso de empresas com baixa alavancagem e acesso a crédito com uma taxa atrativa, considere financiamentos;
  3. Nos casos de maior exposição, procure ajuda para renegociar essa dívida de maneira inteligente com bancos e credores. Qualquer redução nas taxas ou alongamento dos fluxos de pagamento será crítico.

 

Dessa forma, propomos como objetivo preservar o caixa da empresa, reduzir o nível de stress ao longo da crise e se preparar para a retomada. Para isso e para o que precisarem, estamos aqui, Mont Saint.

 

Tainah Benevides

Institucional

Fone.:  +55 85 3055-3058

tainahbenevides@montsaintcapital.com

 

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